(Autor: Antonio Brás Constante)
Uma coisa nós podemos dizer, comentar, e praticamente afirmar desta copa de 2010, ninguém vai conseguir ganhar qualquer jogo no grito, sejam os jogadores ou a torcida, visto que o barulho ensurdecedor das vuvuzelas inviabiliza este tipo de tática.
Vamos começar falando da Holanda que apesar de não ter jogado com seus tradicionais sapatos de madeira, se aproveitou do liberalismo inerente aquele País e deu um banho na Dinamarca, onde o primeiro gol foi literalmente uma bola nas costas, efetuada pelos jogadores louros, nórdicos e dinamarqueses contra seu próprio time.
O Japão entrou com intenção de cozinhar o time de Camarões em campo (e quem sabe fazer um prato exótico com eles), por sinal o Japão aparentemente andou fazendo um bom alongamento antes da copa, pois alguns de seus jogadores eram mais compridos que esperança de torcedor, destoando dos demais jogadores convencionalmente menores, formando assim um time cheio de altos e baixos. Por outro lado a seleção de Camarões não estava com muita vontade de dar sopa pra ninguém (tinham até um clone capilar do Ronaldinho gaúcho, que pelo que me lembro chamava-se: Assou Ekotto, Assou o Sovaco, Assou a virilha, ou qualquer coisa assim), dando a entender que se o Japão não abrisse os olhos levaria a pior em campo. Mas no final das contas a marca japonesa foi mais forte, e Honda marcou o gol da vitória.
Se por algum momento a Itália pensou que o uísque paraguaio dava dor de cabeça, acabou descobrindo que a seleção paraguaia poderia causar muito mais dores de cabeça que qualquer outro produto made in Paraguai. Já a partida entre Eslováquia e Nova Zelândia pode ter sido percebida como um jogo estratégico, visto que ambas as equipes tentaram de tudo para chegar ao gol adversário sem sucesso, mas foi somente quando resolveram usar a cabeça que os gols saíram para cada time.
No jogo entre Brasil e Coréia do Norte os dirigentes coreanos tinham uma fisionomia desconfiada, tanto que toda vez que os jogadores brasileiros se infiltravam no meio de seu time eles pareciam que a qualquer momento poderiam entrar em campo para prendê-los como espiões. A disputa teve alguns desperdícios, como por exemplo, desperdício de gols por parte da seleção brasileira que tinha potencial para ter feito a rede tremer por dentro pelo menos umas três vezes, e o desperdício de uso de boa parte da extensão do campo, já que a maior parte do jogo aconteceu no campo da Coréia, sendo praticamente desnecessária a parte do campo brasileira, algo que se acontecesse em nosso País poderia até ocasionar o risco de uma tentativa de invasão de colonos sem terra, abdicando aquele espaço como área improdutiva.
Uma vez dada à partida na partida, já com a bola rolando, o medo maior seriam as bombas coreanas, mas como a zaga brasileira contava com uma habilidade excepcional para desarmar jogadas, o ataque da Coréia acabou sendo “praticamente” inutilizado (Para vocês verem como é a vida, mal eu terminei de escrever esta frase e os jogadores coreanos me fazem um gol, provando que não dá mesmo para elogiar ou desdenhar time algum antes do final de uma peleja, e me obrigando a inserir o termo “praticamente” neste parágrafo). Buenas, mas voltando a narrativa textual do jogo, podemos dizer que a Coréia do Norte jogou fechada, muito bem fechada, tanto que somente no segundo tempo o Brasil conseguiu desentupir o gol no campo adversário. Foi realmente um jogo bastante chorado (o jogador coreano Jong Tae Se que o diga, pois foi o primeiro a chorar).
Para finalizar mais este texto, deixo a seguir a sugestão recebida de uma jovem leitora chamada Milena, onde ela argumenta que independentemente se as pessoas gostam ou não de futebol, o ato de torcer por nossa seleção não deixa de ser uma boa opção, pois quanto mais o time conseguir avançar na disputa, mais folga os trabalhadores de um modo geral poderão ter para “assistir aos jogos”, ou seja, o lance é torcer muito para o Brasil ganhar e a moleza continuar. Complemento a ideia dela dizendo que esta merecida descontração nos trás qualidade de vida, e isso é algo que não tem preço.
SOBRE O AUTOR: Antonio Brás Constante se define como um eterno aprendiz de escritor, amigo e amante da musa inspiração. Lançou recentemente o livro: “Hoje é seu aniversário – PREPARE-SE”, disponível pela editora AGE (www.editoraage.com.br).
Site: recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc
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